quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Equilíbrio

E o equilíbrio se mantém bem equilibrado.
Se mantém alegre e animado.
Cheio de entusiasmo canta ao meu lado.
Anuncia as boas-novas todo empolgado!

As boas-novas tomam contam do meu dia.
Elas me enchem de paz e alegria
E conduzem a minha vida em plena harmonia.

Ah, o meu amado logo vem!
E essa é a maior expectativa que eu poderia ter.
Essa é a nova e viva certeza, que me fez renascer.

Renascer, viver e conhecer a verdadeira fonte de vida.
Essa é a minha dica
Para todos aqueles anseiam viver a vida.
Viver com verdade, viver com simplicidade.
Viver o amor, viver com o Criador.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Voz do interior.

Há certos momentos na vida em que a gente quer dizer muito; quer inventar maneiras e palavras pra tentar expressar aquilo que se está sentindo. Muitos recorrem a entorpecentes para tentar cumprir este desafio, pra tentar falar aquilo que está escondido no mais íntimo. Aquilo que julgamos que ninguém irá entender, pois nem nós mesmos entendemos.
Às vezes o silêncio grita alto, e nos assustamos ao ouvi-lo, pois o barulho escondido e retido no interior, é o que causa mais estrago quando sai pra fora. Esse barulho se manifesta de diversas formas, mas todas elas costumam ser destrutivas. Todas elas trazem um alívio momentâneo, mas depois o tamanho do vazio aumenta. Nos angustiamos, nos desesperamos ao perceber que nenhuma das nossas alternativas e opções trazem realmente soluções.
A nossa mente viaja. A nossa mente divaga. A nossa mente tenta nos enganar criando teorias e sofismas a fim de nos justificar. As justificativas vem, e assim continuamos indo além. Tomamos mais um gole, apalpamos mais um corpo, mais um gosto diferente para se sentir; mais um prazer momentâneo para nos divertir. Mas a noite volta a acabar, e aquela sensação gostosa que estávamos sentindo vai embora, e agora a consciência devora o coração com muita acusação. As lágrimas correm pelo rosto e o gosto amargo de todo o pecado vem nos abater de uma vez. Depois de muitas lágrimas, dormir parece uma boa opção, afinal, agora vou poder me esquecer do que foi e do que ainda irá ser.
As histórias se repetem e, assim, muita gente se despede. Se despede de sua família. Se despede de seus valores. Se despede de si mesmas e abraçam de uma vez o capeta, como diz o ditado. E quanto maior o vazio, mais profundos e intensos são estes abraços, e, assim, as despedidas decorrentes deles.
Entre tantas despedidas e encontros que há nesta vida, no final, há sempre uma última despedida. Sim, esta é a despedida desta própria vida! Muitos acreditam que sua existência, sua essência são temporais. Que sua vida se resume ao tempo em que estamos nesta terra, chamada Terra, mas há além. Há muito além das nossas investigações, estudos e suposições. Há muito além das nossas tentativas de explicação; muito além da nossa ciência e razão. Há um universo inescrutável fora e dentro desta Terra. Há o universo físico e cósmico que muitos dedicam suas vidas para desvendá-lo. E há o universo do nosso interior. Este com tantos sentimentos, emoções e razões que parece muitas vezes não ter fim, e que nos dá a impressão de que sabemos, entendemos e conhecemos tudo que existe, enquanto, na verdade, não sabemos de nada, pois quanto mais tentamos ser donos da verdade, mais sem respostas ficamos. Mas há um conhecedor de tudo isso; de todos esses universos. Um autor e Senhor que sacia e preenche todos os vazios do nosso ser. E que é capaz de entender tudo aquilo que sentimos, passamos e que desejamos, pois ele mesmo se fez carne para que pudesse estar perto de nós. E para poder nos libertar dessas tristes despedidas e dos nossos vazios sombrios, que insistem em nos perturbar; e nos encher com a sua liberdade, verdade e alegria. Por isso com muito vigor é que eu falo dEle. Porque eu pude viver as despedidas e os vazios que tantos vivem e viveram, mas eu encontrei, enfim, a resposta que todos procuram. Eu encontrei aquele que preencheu o meu vazio. Eu encontrei o seu rio que me lavou. Eu encontrei Jesus, o único Senhor e Salvador.

domingo, 25 de novembro de 2012

Excede todo entendimento.

Mesmo quando eu penso que você está longe
Eu sei que você está perto, pois a paz que está em meu peito
Demonstra que você está aqui.

Você surgiu em minha vida, tirando toda ferida.
E tudo que eu julgava ser e saber foi transformado.
E agora, eu sou imensamente grato
Pela liberdade em que eu vivo ao teu lado.

Teu amor me constrangeu,
O Teu amor me preencheu.
Teu amor tirou todo o vazio da minha existência,
E me mostrou a Sua verdadeira e linda e essência.

Pois conheci Aquele que tudo criou.
Aquele que tudo formou.
E pela sua bela formação.
Agora eu vivo em eterna emoção.
Não por esperar algo de alguém;
Mas por ter a certeza que Ele ama,
E assim eu amo a todos também.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

No silêncio.

A chuva cai e com ela a minha mente viaja devagar.
Não sei bem como me sinto. Não sei bem como estou me sentindo.
Mas eu sei que os olhos do meu Pai não se desviaram de mim.
E mesmo ainda me faltando muita sabedoria,
Eu prossigo feliz e animada pela sua alegria.

Eu não sou nada, isso é fato. Mas sem Aquele que me traz a paz, eu sou menos ainda.
Assim, vou me esquivar dessas esquinas tortuosas para que a minha mente torta
Não me transforme em coisa morta.
Pois eu não quero morrer! Eu quero viver, e viver em abundância,
Como já tenho vivido nessas instâncias.
Mas eu preciso morrer todo dia para aquilo que me faz morrer.
E nascer todo dia, para o que me faz viver,
Porque basta uma pequena mosca para estragar todo o perfume de um vidro.
E como um vidro; aquecido, moldado e transformado, assim eu preciso ser.
Para que eu consiga manter, o gostoso perfume que me faz viver.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Procura.

Sempre procurei alguém que me completasse; alguém que me procurasse.
Alguém que estivesse ao meu lado, mesmo quando eu estivesse cansado.

Sempre procurei alguém pra ser o meu consolo; pra ser o meu conforto.
Alguém que me trouxesse paz e alegria, e que vivesse comigo em plena harmonia.

Sempre procurei alguém que ficasse a vida toda comigo.
Alguém que seria pra sempre o meu melhor amigo.

Procurei muito, procurei em todo mundo, procurei no mundo...

Mas não encontrei esse alguém e acabei me tornando refém de mim mesmo.
Acabei me tornando refém do meu fracasso; refém do meu cansaço.
Refém de toda a minha dor; refém de todo o meu pavor.

Assim eu fiquei preso. Fiquei atado. E por fim... Eu fiquei totalmente despedaçado!
Fiquei despedaçado porque pessoas me enganaram, pessoas me derrubaram.
Porque pessoas me feriram, pessoas zombaram comigo.
Até os amigos mais próximos, não conseguiam mais tirar o amargo que havia dentro de mim.
Em meus pensamentos já não continha mais a sabedoria,
Só continha a tristeza. Só continha o desespero.
Só continha o vazio do mundo inteiro.
Só continham cinzas negras dentro de um cinzeiro. 

Tentei fugir de tudo isso, porque pra mim,
A vida era assim mesmo.
E como todos me diziam que eu tinha que ser forte
Tracei, então, o meu norte com falsos sorrisos, pra ver se me trazia algum alívio.
Assim resolvi me entregar em uma mesa de bar.
Resolvi tentar apagar a minha tristeza,
Dentro de muitos copos de cerveja. 
E se no final tivesse droga, seria a minha maior vitória!

E por esse caminho alucinado eu seguia, e acreditava “piamente” 
Que essa fuga, certamente, preencheria todos os espaços vazios da minha vida.
Acreditava que essa fuga me traria paz e alegria, mas, mal eu sabia que essa paz só durava enquanto o efeito da droga estralava..
E que depois o vazio que eu sentia só aumentava..

Fiquei na sarjeta, beirei a morte, porque não queria mais sentir essa dor horrível,
Assim, morrer me parecia ser o único o alívio.
E foi quando eu não tinha mais saída, é que Ele apareceu em minha vida.
Ele apareceu de repente e mudou completamente a minha mente.
Ele tirou todo o peso que eu carregava; Ele me deu uma alegria que eu nunca imaginava.
Ele me deu um novo coração; Ele me deu uma força como a de um leão.
Ele curou todas as minhas feridas; Ele me deu uma nova e maravilhosa vida!

E é por isso que agora eu posso dizer...
Que Ele pode, e Ele quer fazer o mesmo por você!

Basta você aceitá-lo! Basta você permitir ser guiado!
Basta você permitir que Ele enxugue o seu pranto,
Que Ele te dará um lindo e novo canto.

Te dará um canto de liberdade;
Te dará um canto de verdade.

Te dará  também um canto de alegria;
Te dará um canto cheio de vida...

E, assim, felizes e contentes
Vocês cantarão juntos eternamente!

E não se preocupe agora, com o que você foi
Ou com o que você é...
Ele te ama do mesmo jeito e Ele te quer!

E o nome Dele traz consigo toda luz,
Pois o seu nome é Jesus!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Declaração de Amor.

Como Davi, eu quero atrair a sua atenção para mim.
Pois é o Senhor o meu refúgio e a minha fortaleza.
É o Senhor que me enche de paz e alegria.
É o Senhor que me faz sorrir, não importa o dia.

O seu Espírito pousou no meu coração
E me trouxe a mais linda emoção.
A emoção de viver em abundância,
A emoção de viver com liberdade..
A emoção de viver a sua doce verdade.

Por isso, meu Senhor..
Eu quero declarar a ti todo o meu amor.
Declarar a sua beleza e fidelidade.
Declarar que eu adoro a sua felicidade!
Declarar que eu quero te abraçar daqui até a eternidade.



sábado, 9 de junho de 2012

Nova Vida.

Me encontro com vocês agora, meus queridos versos.
Queridos, venho até vocês lhes comunicar que toda dor acabou!
Que o Amor me encontrou!
E que agora feliz eu sou.
Sem mágoa, nem dor.
Sem tristeza e sem rancor.
Agora eu sou apenas uma bela flor
Que é regada e cultivada no jardim do Senhor.

O meu Senhor é belo, o meu Senhor é sincero.
O meu Senhor me fez florir, o meu Senhor me fez sorrir.
Sorrir? Eu já não consigo mais parar,
Pois o seu imenso amor me tirou até o ar.

O ar agora é puro
O ar agora é leve
O ar agora corre tranquilamente pelo meu pulmão.
Ele oxigena todo o meu sangue com uma perfeita pressão.
E o meu coração transborda com tanta emoção.

O meu coração palpita apaixonado
O meu coração sorri de alegria
O meu coração suspira pela sua companhia.
O meu coração canta pela minha nova e maravilhosa vida.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A valsa.

O sono me bate nesta tarde.
O batimento do meu coração desacelera
Pré anunciando o meu sono.
O sono vem de longe, vem distante;
Vem dançante e com uma enorme vontade de dançar sobre os meus olhos.
Os meus olhos lutam pra não cederem aos encantos dessa dança, dessa valsa.
A valsa de hoje foi elegante, foi empolgante.
A valsa de hoje me deixou com a eterna vontade de dançar, de me deleitar nos braços daquele dançarino.
O dançarino dança e me rodopia no ar,
E num intenso frenesi
Eu vôo.
Eu corro até saltar.
Eu salto, eu valso e eu giro no ar.
O ar rarefeito, causa um enorme efeito em meu pulmão.
O meu pulmão dilata.
O meu pulmão retrata os meus profundos suspiros.
Os meus suspiros retratam a razão de tanta emoção.
Os meus suspiros retratam o amor, que há em meu coração.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O moço de preto.

Aquele moço me fez sorrir.
Aquele moço me fez rir das minhas próprias dores,
Pois ele me contou sobre muitos amores.
Me contou e me mostrou as muitas cores de Deus.
E a minha face se alegrou com as boas-novas.
Se alegrou com a verdadeira e bela história que eu passara a viver.

Foi tremendo!
Sim, eu bem me lembro.
Me lembro o quão agradáveis soaram as suas palavras escritas e faladas.
Me lembro também do seu sorriso profundo,
Que dentro de si continha toda a beleza do mundo.

Aquele moço de preto
Coloriu a minha noite fria
Pois Deus usou a sua voz macia
Pra falar no mais íntimo do meu ser.
E assim, sem saber
Eu queria agora apenas o conhecer.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Thais.

Thais que me faz feliz
Thais que tem um belo nariz
Thais que tem um chafariz,
Em algum de seus jardins,
Cante uma canção para mim.
Canção que seja polida como marfim
E que seja singela como brim.

Thais que me faz feliz
Obrigada por ser assim
Tão doce como um querubim
E tão linda como jasmim.


sábado, 14 de abril de 2012

O velho.

Havia um velho. Havia um velho sem teto embaixo do teto daquela casa abandonada.
O velho disperso, o velho inquieto, olha para mim como se procurasse alguma coisa.
Como se em mim houvesse um tesouro escondido. Um tesouro que só quem estivesse bem pertinho poderia tocar, poderia sentir.
Atordoada, me aproximei daquele senhor estranho. Daquele senhor que carregava em suas costas um enorme saco preto cheio de bugigangas lá dentro.
O velho, ora sim ora não, dava enormes sorrisos infantis. Sorria com a leveza de uma criança cheia de esperança. Sorria como se tivesse uma gigantesca herança em seu enorme saco preto.
Caminhando devagar, o velho seguia em frente, e em frente ao sol poente ele senta e abre o seu saco preto. E com todo cuidado, ele desenrola todos os objetos que lá estavam enrolados, e estende-os sobre o saco a fim de expor os seus sujos retalhos.
Os retalhos eram de linha, e pareciam cadarços... Juro que me esforcei ao máximo para compreender o que era aquilo, mas não consegui decifrar. Não consegui compreender a loucura e a simplicidade daquele homem, e acho que aí é que consiste toda a graça da situação, pois loucura alguma é compreensível, afinal, a loucura é louca. O máximo que conseguimos fazer é justificar uma coisinha ou outra, mas ainda sim, a loucura é louca.
E aquele velhinho fofo, certamente, é louco. E são os loucos que me atraem. São os loucos que possuem a graça de se admirar com o interior, com o esplendor das coisas.
Enfim, depois da minha breve divagação sobre a loucura, retorno para o rosto daquele senhor, que após ele expor os seus “produtos” ou “objetos”, como preferirem, o senhor sentou-se com um enorme ar de satisfação. O senhor estava muito contente com tudo que expusera, com tudo que tinha a oferecer para os caminhantes. Estava contente com os seus objetos desconexos e também estava contente com o seu nobre sorriso singelo.
E com todo o ar de satisfação, ele apertou a minha mão e disse:
- Quer levar alguma coisa?
E eu respondi:
- Ah, eu adoraria, porém, eu não sei o que são as suas coisas.
E ele, com uma expressão muito reflexiva me disse:
- Não se preocupe, jovem. Um dia você saberá e verás além da matéria. E quando esse dia chegar, não necessariamente você precisará saber o que é para poder compreender, não necessariamente você precisará compreender para que você possa sentir e fluir.
Fiquei atônita com a colocação do sujeito, não esperava jamais alguma resposta que me fizesse perder o chão daquela maneira, mas ainda sim, eu sorri e disse:
- Pode deixar, caro senhor. Eu não me preocupo. Eu vôo para conseguir enxergar além. Eu vôo para ser além, e por certo, que eu já enxerguei em você, um enorme sorriso de quem carrega consigo um fardo leve e um julgo suave, e com toda verdade te digo, Deus te abençoe, senhor! E muito obrigada pela sua lição de amor e humildade.
E o velho, sem o menor disfarce, sorriu e dormiu ali com toda a sua sinceridade.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cantarei.

Não olho mais para baixo, porque já cai muito por não prestar atenção ao que estava a minha frente.
Não olho mais para os lados, porque os que estão ao meu lado, nem sempre enxergam o meu interior.
Não olho mais para frente, porque o que vem pela frente é mesmice metamórfica, muda, mas sempre volta para o mesmo lugar. E sempre a tristeza vem carregando no seu sujo colo uma porção cheia de ilusão, e de emoção também; sim, é verdade, porém a emoção acaba e depois só resta a desgraça, só resta a carcaça de carregar uma vida fadada, uma vida pesada; mas eu não quero mais olhar para baixo, nem para os lados e nem para a frente.
Quero olhar agora para o alto! Quero olhar para o céu azul claro e azul escuro estrelado. Quero olhar para as nuvens e sobrevoar por elas. Quero sair dessa enorme jaula arredondada. Quero voar! Quero voar para os braços castos do meu Pai. Do meu noivo. Do meu Senhor. Da minha luz e redentor. E eu vou voar... Até desaparecer entre as nuvens com Ele... Até o seu amor me inundar. Até as suas cores coloridas colorirem o meu jardim... Até eu cantar com os mais lindos Serafins... Até eu comer os mais deliciosos frutos, e com todo o desfruto, desfrutar de tudo que ele me fez alcançar.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Apagão!

As luzes se apagam.
Todos os corredores ficam assombrados de escuridão.
O escuro domina o andar,
Só não domina as janelas,
Que abertas, permitem que o sol entre devagar.
Devagar, devagarinho
O sol vem de mansinho e clareia os meus olhos.
Meus olhos se enchem com a sua luz.
Sua luz é suave, pois as nuvens cobriram alguns de seus raios.
Os raios mais ardentes, mais quentes ficaram no verão passado.
Agora é outono e o frio está pronto!
Está pronto pra fazer a fogueira acender
E o amor transcender.
O amor vem me encher nesse lugar.
O amor quer se encontrar comigo e me abraçar.
Abraçar, eu quero sempre!
Sempre quero ser abraçada e abraçar.
Então, abro o meu dicionário,
De cabeçalho,
Pra ver o que significa esse lindo ato.
Abraçar: Envolver, cingir e cercar!
Esses são os sinônimos que vieram;
Que me fizeram querer abraçar ainda mais.
Mas não posso agora,
Pois todos estão trabalhando a essa hora.
Todos estão olhando para as telas,
Assim como eu estou;
Mas fiquei com uma vontade louca de viajar de caravela
E com essa vontade, então,
Eu vou até a janela
Me vestir de vela
Para que Deus acenda em mim a sua caravela.
Acenda em mim o seu resistente barco a vela;
O barco que me fará viajar por todo o oceano
Por todo o plano.
Por todo canto;
E pelos cantos que eu passar,
É Ele que irá me sustentar
E todo o mar verá
Jeová acalmando as ondas
Para que, enfim, eu possa dormir e sonhar.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Um brinde à amizade!

Disse que faria

Uma bela poesia

Para aquele moço

Que me trouxe muita alegria.


Disse que escreveria

Palavras coloridas

Palavras bonitas

E bem sabidas,

Sobre aquele que ajuda a curar

As minhas feridas.


Disse que declararia

A minha gratidão por ele

E o meu amor também

E ao meu coração convém

Levar a sua amizade muito além.


Disse que o seu jeito

Me deixou sem jeito,

E que as suas flores

Coloriram o meu jardim

E que, assim,

Desejo-lhe sempre o melhor de mim.

E o melhor, certamente,

Dos mais lindos Serafins.



domingo, 25 de março de 2012

Entardecendo, enlouquecendo.

Pra me auto-afirmar fiz uma canção de ninar.
Fiz fotos coloridas, invertidas esperando a dor passar.
Fiz poses, amores, louvores pra me adorar,
Para enfim, talvez, me amar.

Me amei!
Casei-me comigo mesma.
Fiz planos, sonhos e desejos.
Escrevi histórias
E comi muitas maçãs,
E nutri a ilusão vã
De que um dia encontraria
O meu bon-vivant.

Mas não encontrei,
Encontrei a solidão
Minha velha amiga de balcão
De bar, de estrada e de escada.
Na escada rolante, ela sempre me enrolava.

A danada insistia em me abraçar
Em me beijar
Em acariciar os meus longos cabelos dourados.
E dizia, sem o menor cuidado,
Que este era o meu fardo!

Mas eu disse não!
Disse que ouviria o meu coração
Disse que ali morava alguém maior
E que não me deixaria ficar na pior.
Alguém que consolaria a minh’alma,
Bastaria apenas eu permitir
Que essa dor horrível fosse embora.




sexta-feira, 23 de março de 2012

A chegada do Outono.

O outono chegou.
O outono chegou trazendo a brisa gostosa do leste, e do oeste.
O outono vai carregando as folhas secas das árvores
E em uma sincronizada sintonia
Ele vai abalando toda avenida.
Na avenida, as pessoas correm de pressa,
Pois estão atrasadas.
E entre enormes passadas,
Passam despercebidas
Por aquela linda estrada.
A estrada é linda, e a poesia é a sua melodia.
A poesia habita no coração daqueles que enxergam a avenida,
Que enxergam a vida.
E que enxergam além da estrada,
Além do limite daquelas fronteiras desgastadas
Além dos espaços vazios daquelas passadas,
Daquela caminhada.
A caminhada está sem sentido,
Está sem umbigo.
O umbigo está no centro
E por isso o caminhar
Vira um jogo de bilhar.
No bilhar, um tem que encaçapar a bola do outro.
E com muito gosto os mesmos o fazem.
Fazem pra derrubar, pra machucar e esmagar.
E esmagando vão procurando enganar
Dizendo que somente esmagando se pode ganhar.
Mas eu digo não!
Digo e uso a razão!
Luto e busco o coração!
E é com muita emoção que eu lhes digo,
Eu vos amo, meus irmãos.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Agonia.

Tentei fugir da caneta hoje, mas não consegui.
Não consegui escapar das linhas escritas, das palavras sofridas e da cachaça da esquina.
Só um gole de pinga, eu pensei. Eu falei que seria apenas um gole esta noite, mas exagerei e me afoguei na mesa daquele bar.
Me afoguei nos assuntos imundos que não me levaram a nenhum lugar. Me levaram apenas a chorar, a gritar e a exasperar.
Tem coisas que tem sido inerentes ao meu dia, à minha poesia. Como a dor, o pavor e o temor. Por isso, peço-lhes perdão, ó palavras minhas.
Desculpem-me por descarregar em vocês toda a minha melancolia; mas eu juro que quando esse mar de agonia passar, eu irei cantar sublimemente a sua poesia, e cantarei, com muito louvor e alegria.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pela manhã.

Eu quero a tua poesia
E o teu tesouro escondido.
Assim dizia aquela melodia.

A melodia tinha um balançar
Que lembrava o barulho do mar
Me lembrava aquela brisa gostosa
Que vinha do marítimo
E que atravessava as minhas costas

Me lembrava aquele sorriso branco
Que por si só me enchia com todo o encanto
Enchia a minha vida.
Enchia a minha vida com muita alegria.

Mas a melodia chega ao fim agora!
Que pena, penso eu.
Terei que ir para o rio
Pois o mar está bravo
E não deseja mais carregar o meu pequeno barco.

Irei para o rio, então.
Levarei comigo um bordão
Que me afastará todos os males que virão
E o meu guia maior será este daqui, o meu coração.

domingo, 18 de março de 2012

Prólogo de aula

1 minuto para a aula começar...
Será que dá tempo pra rimar?
Será que dá tempo pra acreditar
Que eu posso construir belas rimas
Rimas feitas, rimas perfeitas
Rimas que possam alegrar o coração de alguém?
Rimas notórias que contem muitas histórias talvez?
Não sei! Só sei que vou tentando.
Vou voando pra sala pra não perder o lugar.
Perder o lugar?! Que bobeira!
Hoje chove cachoeiras!
Portanto, certamente, não perderei o lugar.
O meu lugar estará ali, sorrindo pra mim.
O meu lugar estará no coração daqueles
Que souberem me amar, me aceitar.
O meu lugar é ali, ao lado do saber e do pensar.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Observar.

Não me viro de costas.

Me viro de frente agora!

Me viro para ver os rostos...

Os gostos das pessoas.

Não sei por que passei tanto tempo me virando...

Me revirando para não ver essas belas faces.

Confesso que muitas vezes vejo essas caras vazias...

Essas facas frias.

Esses rostos sem nenhuma magia!

Mas creio agora que a maior magia é a do próprio mágico.

É a do palhaço que faz toda platéia sorrir.

A maior magia está em quem observa...

Em quem interpreta e acredita em todos esses rostos...

Em todos esses gostos.

Todos os encostos são afastados através do olhar, através do amar.

Através do mar que eu vejo passar.

O mar passa e as conversas paralelas murmuram em meus ouvidos.

E, de repente, escuto um grito estridente...

Que susto, irmão! Não era um grito em vão.

Era um barulho sabido, mas não era um apito.

Era um flash no céu. Era uma marca de pincel.

Era um sorriso branco latente...

Era apenas uma linda e suave estrela cadente.

sábado, 10 de março de 2012

Roendo o momento.

As unhas começaram a serem roídas.
Condoídas, elas gritam de dor.
E imploram pelo amor que eu pare de roê-las.
Que eu pare de submetê-las a essa desgraça.
A essa carcaça!
As unhas estavam todas tortas, estavam me irritando.
O irrito era tanto, que resolvi roê-las.
Então, meus pobres prantos, não me julguem tanto assim.
Pois eu bem quis preservá-las.
Quis mantê-las belas, espertas, certas e retas.
Porém fiquei nervosa diante daquele moço;
Diante daquele alvoroço de risos que havia ali.
Por isso, então, resolvi roer as unhas. Simples assim.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Abstinência de Existência

O menino agonizava. Agonizava de dor no chão.

No chão estirado, estilhaçado e aos pedaços ele estava; ele se encontrava.

Ele precisava usar “só mais uma vez”– ele dizia, mas mesmo assim ninguém podia dar para ele; pois todos sabiam que se ele usasse mais uma vez seria o seu fim. Ou melhor, seria o seu início de novo. E ele voltaria a usar tudo de novo. Usaria de novo todo o emboloro de sua vida. Sua vida estragada, arruinada estava. Estava infestada de ratos. Os ratos pulavam sobre ele e corroíam suas vestes. As vestes, aos farrapos, estavam sujas, imundas de tanta rua, de tanta penúria escura. A escuridão dominava sua mente, sua mente que estava sedente por uma picada, por uma injetada, formalmente falando. Falar?! Ele já não conseguia mais. Ele só conseguia gritar!

Só conseguia espumar de dor, de rancor por si mesmo.

O rancor era tão amargo que contaminava todo o seu ser. O seu ser já não era mais nada. E ser nada, não é ser “ser”. O ser dele pedia a morte, pedia um gole de qualquer coisa que fizesse parar a dor. A dor insuportável que ele sentia, que ele sofria. Ele sofria também com o pulo dos ratos. Queria matar um por um daqueles animais fétidos. Queria se despir, fluir e sumir. Juntando, assim, as últimas forças que tinha, o menino foi levantando e foi tirando os seus trapos. Enquanto isso, os ratos corriam assustados, apavorados com aquele horror, com aquele terror. Ou seja, nem os animais mais desprezados o queriam. Queriam dormir sobre ele, pois ele não dormia; ou se dormia, dormia como peixe, com os olhos abertos. Com os olhos incertos, dispersos. Com os olhos corroídos pelo tempo. Pelo tempo mal aproveitado que vivera até hoje. Pelo tempo que ele quis perder, que ele não quis mais ver.

Então, em um súbito ele cai e começa a ter uma convulsão. Seus olhos saltam pelo ar, e o cheiro de baratas se faz mais presente. Assim ele começa a espumar; a babar e a tremer por inteiro. Começa a enfrentar o processo de morte que talvez fosse a própria sorte que ele tanto desejou. Mas agora ele não sabia mais se queria isso. Enquanto isso, apenas um só lado seu tremia, convulsionava. O outro lado de seu corpo estava consciente e cientemente observava toda aquela cena horrorosa com grande pavor. Com grande temor pela morte. Naquele instante ele se arrependeu de ter desejado tanto ir para o limbo do esquecimento. Se arrependeu de ter desejado o inferno, certo.

O menino diante de tamanho conflito só conseguia chorar, gritar e se contorcer por inteiro de dor. E quando ele já perto estava de ter um colapso; de ter um relapso de memória e não se lembrar de mais nada... A porta começa a estremecer, assim como ele.

Então ele desesperado, gelado, chora alto e grita por socorro! E feito um sopro... A porta se abre!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Turbulências num dia de resistência feminina!

Como já é de costume, as palavras saltam sobre mim; ou melhor, as palavras saltam de mim.

As palavras fluem como um rio de lágrimas; ou melhor, as palavras são o próprio rio de lágrimas que correm sobre o meu rosto.

O meu rosto vai perdendo o gosto. Vai perdendo o sabor das coisas; da poesia; da alegria de estar apenas debaixo de um pomar.

O pomar estava me oferecendo a sua maravilhosa sombra, a sua maravilhosa sonda. Contudo, eu não conseguia sorrir, eu não conseguia dormir.

Eu só conseguia chorar, angustiar, incomodar. Ou melhor, só conseguia me sentir profundamente, diariamente incomodada.

Enfim, a danada da tristeza me pegou de jeito hoje! Me pegou de rateio, e eu não vi por onde conseguir escapar.

Então, decido não escapar! Decido apenas chorar e encontrar o calor das palavras. O conforto da minha lapiseira azul e a cadeira de madeira a segurar o meu bumbum.

Mas para não ser tão chata, vou pelo menos descrever o belo anoitecer.

O belo anoitecer devagarinho chega, e vai acalmando e aliviando o calor dos que estão aqui. Aliviando o calor e o cansaço daqueles que chegam exaustos do trabalho. Daqueles que suam feito porco, e ficam com muito desgosto de não poderem, simplesmente, irem para as suas casas após um dia de longa jornada. Um dia eloqüente de trabalho; de mormaço; de tristeza guardada; de tristeza embolorada.

De tristeza por não receber os parabéns, por ser mulher talvez.

Por ter sido mulher daquele esquisito cortês.

Tristeza por sempre olhar para aquelas cadeiras vazias da sala de estar.

Olhar para as cadeiras vazias de estação de trem, de metrô ou de qualquer outro lugar em que o seu calor me alcançou. Que o seu beijo me enlaçou. E que agora, sem demora, eu apenas vejo o metrô indo embora, e a saudade aqui no peito ainda mora, ainda chora.


domingo, 4 de março de 2012

Escolhas.

Escolho escrever. Escolho crescer. Escolho renascer hoje e agora e sem demora, pois de escolhas é regada a nossa breve vida. A vida com as suas múltiplas histórias, sempre me conta a história de que é comum sofrer, porque na real é mesmo. Mas eu não aceito isso! Não aceito aquilo! Não aceito isso que eu escuto todos os dias! Não aceito esse penar de caminhar sozinha, vazia, torta, morta. Andei morrendo nos últimos dias, mas não quero mais morrer. Eu quero nascer, renascer! Quero renascer transformada, assim como renasce a lagarta, que se torna sempre alguma linda borboleta.
As borboletas voam sobre mim agora, suas cores são tão vivas e ricas que me fascinam, que me alucinam. Mas a vida continua sendo feita de escolhas. Escolhemos todos os dias. Toda hora. Todo minuto. Todo segundo. E nesse segundo eu escolho escrever. Porque escrever costuma ser uma ótima escolha pra mim. Costuma me fazer tocar nos serafins. E escutar suas trombetas tocar. Com o perfume de Deus exalando no ar. Ah, como é bom amar! Como é bom ser amado! Como é bom sentir o abraço de Deus, e o seu amor me inundar, me transbordar. E transbordando e me afogando Nele eu vou. Escolhi ele, assim como escolhi escrever. Assim como ele e a poesia me escolheram, me acolheram.
Muitas vezes, ou na maioria das vezes, é difícil escolher, pois escolher implica mudar, implica seguir e ser fiel àquilo que se escolheu, por isso é uma tarefa difícil. Mas, é claro que, existem escolhas mais simples e outras mais complexas. Existem até mesmo as escolhas inconscientes e/ou inconseqüentes que fazemos depois de algumas doses de conhaque. Mas mesmo as escolhas inconscientes carregam a sua carga de consciência. E certamente quando a nossa escolha inconsciente e/ou inconseqüente não é a melhor, a própria consciência irá pesar. Irá martelar na nossa mente e coração. Por isso, então, temos pensar antes de agir. Eu sei disso. Todos falam isso afinal. Nossas mães são as primeiras, e assim sucessivamente. Mas na prática é bem difícil fazer isso. Mesmo quando temos consciência de que o que desejamos nem sempre é o melhor, estamos lá.. Martelando, insistindo e persistindo em algo que não nos dá retorno, ou quando nos dá, na maioria das vezes não é positivo. E assim temos que ser engolidos por vários peixes, assim como Jonas foi, até irmos para o lugar certo. O lugar preparado para cultivarmos as nossas sementes. Até chegarmos no lugar, ou nos lugares, em veremos nossas plantas crescerem. A onde poderemos colher e comer os seus deliciosos frutos, porque sempre esperamos e desejamos algum fruto em nossas vidas. Sempre esperamos e ansiamos por conhecimento, por reconhecimento dos outros e pelo nosso próprio reconhecimento, pois ele também é necessário e muito importante. Precisamos reconhecer os nossos erros e acertos também! E nesse meu "acerto" de escrever, é que eu espero ter acertado o coração de vocês.


Amor pra quem precisa.

Quem precisa do amor quando se existe o videogame?
Pena que eu não sei jogar esse game!
Pena que o amor se mostrou mais atraente!
E me convenceu, da forma mais convincente,
Que amar é coisa de crente!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Curumim

Fim de tarde,
A saudade me invade
Me reparte.
A saudade faz parte
Das minhas duas metades;
Sendo que, uma chora e a outra ri.
E a brincadeira de existir se torna assim,
Um bambolê de curumim.
Curumim, era assim que eu queria ser,
Que eu queria crescer.
Crescer sempre sendo curumim.
Se bem que é legal ser assim também,
Mas sempre tem algum “porém”,
Que nem eu mesmo sei
O que fazer com esses “aquéns”.
Portanto, vou me permitir! Vou fluir!
Vou voar! Vou cantar!
Vou aproveitar este fim de tarde
Com a mesma vontade
Que um curumim brincaria de canoagem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Overdose

Overdose de palavras
Overdose de emoção
Overdose de razão!
Overdose de coração, meu irmão!

Invasão

As memórias não param!
As memórias me invadem e retiram tudo de mim!
Elas dilaceram o meu drama, na cama.
Chorando apenas sozinha
Com uma dor imensa na panturrilha.

A panturrilha ardendo,
De tanto correr por dentro.
Dentro de mim, dentro de ti,
Dentro do vazio que há sem você aqui.

Aqui e agora, e sem demora eu te quero!
Não queria mais te querer
Queria simplesmente esquecer.

Esquecer pelo menos durante um minuto tudo!
“Tudo”! Essa é uma palavra que bem explica
Tudo que você foi, ou ainda é para mim,
Mas isto eu ainda estou por decidir.

Haikai

Haikai que cai!

Que quer ser simples e objetivo

Me dê, então, um breve sorriso

Antes de você ir embora

Sem antes eu poder entender

O seu nobre sentido.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Luta

Vejo os lençóis estirados. Pendurados naqueles varáis.
O vento está cortante, e em breves instantes ele entra em fúria,
e com toda bravura decide derrubar os lençóis.
Os lençóis, apavorados, se agarram com todas as suas forças naqueles barbantes. Naqueles arames em que estão pendurados.
Revoltados, os lençóis dão um brado. Dão um brado retumbante. Dão um brado gritante!
Impactante, eles conseguem se segurar nos barbantes.
Eles se unem. Unem suas forças. Unem suas idéias. Unem seus sentimentos.
Unem-se por inteiro! E inteiramente se dedicam nessa difícil empreitada.
Nessa difícil estrada.
Enquanto os lençóis estão unidos. O vento está munido de raiva.
Munido de inveja pela união dos lençóis, e decide, assim então,
fazer um grande furacão. Um furacão imenso, um furacão intenso.
Um furacão tão tenso que está fazendo nesse instante todos os barbantes caírem!
Os barbantes, que são os próprios varáis, estão caindo, estão chorando..
Estão suando, estão pingando.. O suor é tanto que chega a ser visível nos lençóis..
As gotas de suor caem no chão. Caem aqui, em minhas mãos. E eu choro e torço pela vitória de ambos. Torço para que o vento corte o meu rosto, e torço para que os lençóis aceitem enxugar as minhas lágrimas.
As minhas lágrimas correm pelas minhas mãos. E com grande emoção eu olho para o vento, e ele atravessa minha face. E nesse enlace eu me deito no chão. Seguro a terra firme.
E firmemente o vento decide ir embora, decide dormir agora.
E nessa hora, os lençóis começam a cair um por um sobre mim.
E assim eu sorrio para eles, pois eles se renderam por mim. E escolheram enxugar as minhas lágrimas e me aquecer nessa noite fria. E eu muito contente por suas companhias, os deixo apenas descansarem da luta. Da bravura e angústia que passaram. Que cansaram. E que agora só querem descansar, sobre os doces sonhos dessa criança.

O grande encontro

Nos amamos. Nos amamos louca e intensamente, como nunca antes havíamos nos amado. Nos amamos como dois animais humanos, em busca do prazer da carne e do desconhecido. Em busca do conhecimento de nossos olhos; que brilhavam; que gritavam; que choravam de saudade, de vontade de um pelo outro. Seus olhos eram um enigma pra mim. Seus olhos escondiam todo sentimento e todo conhecimento que eu podia ter de ti. Eu só sei que eles brilhavam. Brilhavam como duas esferas profundas de brilho e de luz, que invadiam o meu peito. Seu peito, ao toque do meu, me fazia estremecer, e me surpreender com o amor que havia ali. Com o fulgor que havia entre nós. Com o calor que fazia naquela noite. Eu não sabia de nada. Eu só sentia. Não queria pensar em nada além daquele momento, pois qualquer pensamento em falso poderia colocar tudo a perder. A perder, a morrer, a sofrer, a chover. Eram essas as sensações que me assombravam naquela noite, por isso procurava não pensar, procurava não falar. Procurava somente te observar e me deleitar em seu corpo. Me deleitar no conforto dos teus braços, dos teus abraços; dos nossos amassos, vulgarmente falando. Vulgar?! Não conheço muito bem o que é isso. Só conheço o calor do amor. Só conheço o desejo de te querer, de te ter de novo. Mas não o terei. Não ou talvez. Talvez eu não saiba de nada, assim como na maioria das vezes eu não sei mesmo. “Só sei que nada sei”, assim disse o filósofo do amor. E é das suas palavras que eu bebo agora, que eu desfaleço nessa hora. Mas não quero pensar, se não eu vou chorar; só quero sentir. Sentir a lembrança do nosso encontro, pois o seu gosto ainda está em mim, ainda está aqui... Avassalador! Encantador, sedutor! Esse é o seu poder sobre mim. Esse é o seu poder assim... E assim... Me despeço de você com este, e com aquele, triste fim.

Divagando devagar.

Divagar não é preciso!
É preciso ir devagar.
Com mansidão se acalma o mar
Com emoção se faz velejar
Com a luz, que vem de suas mãos, eu posso voar!

Rimar apenas com verbos,
Não é rimar!
É “trollar” a própria poesia;
Que tão cheia e rica
Enche por inteiro a minha vida.

Quero construir poemas
Com bases sólidas
E voz sofrida.
Com a alegria de cicatrizar feridas
E com sorriso de uma doce menina.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carnaval

Enquanto todos estão pulando carnaval, eu fico aqui observando o carnaval de suas penas. Suas penas tão coloridas e vivas enchem o meu ser de encanto. O encanto é tanto, que meus olhos pulam na avenida do meu lar. O lar aqui começa a exalar o doce perfume da sua pele rósea. Rósea, rosada e esbranquiçada. Essa é a pele daquele linda ave. Daquela ave dócil! Aquela ave tem um negócio que mexe comigo; que desperta todos os meus sentidos. Os meus sentidos, maravilhados por suas cores, buscam também outros amores. Buscam a música, o café e a colher para eu poder começar a comer. Ah, comer é bom demais! Pena que engorda pra chuchu. Por falar em chuchu, a minha Xuxú não gosta que eu coma tanto assim. Ela diz que faz mal para os rins, e que me deixa gorda assim. Mas, menina desobediente que sou, como demais da conta! Aliás, a conta do restaurante saiu cara na sexta-feira, mas não tem problema, pois as companhias valeram cada centavo. Centavo?! Companhias não valem centavo algum, pois centavo algum vale o valor de uma amizade. Amizade?! Ela sim é minha amiga! Ela cura as minhas feridas e me enche de amor e alegria. Por isso eu rego as minhas, pois elas são como flores; são os meus amores, que precisam de amor todos os dias, e que merecem o jardim mais lindo da minha avenida.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Desabafo!

Começo a escrever muitas histórias
Muitos sonetos de separação
Em vão.

Começo a repetir as palavras,
Como se me faltasse vocabulário
Como se todo o meu dicionário tivesse minguado.
Tivesse se esvaído na direção do tempo.
Na realidade, creio que ele se foi mesmo,
Assim como os teus braços que me afagavam se foram.

Bom, já me cansei desse poema choroso
E das minhas palavras repetidas,
Que não dizem nada além
Das mesmas verdades sofridas.

Então, adeus povo meu!
Povo composto por carbono e celulose
Povo que sempre me acolhe
E me recolhe do monstro que sou eu.