sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sem nome.

Um miojo
Um gosto
Um sorriso
entre os desgostos.

Um celular
Um lar
Um coração
a zelar.

Uma paz no peito
Um devaneio
Um lençol estreito
Um defeito
Um travesseiro
onde me deito.

domingo, 7 de junho de 2015

Engodo

Sujei de novo.
O engodo da carne atenta a alma.
Mas eu quero força, espessa e longa.
Longa e que me leve longe de tudo isso aqui.
Não quero usar máscaras para disfarçar as minhas trapaças;
As traças que ainda existem aqui dentro.
O livro está aberto, e eu não vou fugir dos desafetos,
Dos fetos, dos medos obscuros, do peito confuso.
Vou enfrentar! Vou abraçar o Pai maior,
Que me livra dos absurdos; dos escuros
Dos escusos passos que meu ser quer dar.
Escuto um Chico pra dar um tom à poesia matinal.
Sorrio um sorrio pontual e peço ao meu Deus
Uma força, assim, sobrenatural.
Não vou entregar os pontos, não vou me abrir ao encosto.
Quero o Espírito puro.
O Espírito bom, que me livra de todo peso e opressão.
Os erros querem me abater, mas não vou me entregar.
Escolho me arrepender, e mais uma vez me render ao amor.
Ao calor dos braços cheios de ternura e esperança.
E brincar e descansar como uma eterna criança.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sexta-feira.

A garoa molha o asfalto.
A esmola fala alto.
Os transeuntes clamam por socorro;
A fim de que alguém lhes tire
Dos seus intensos sufocos.

É sexta-feira, e é santa;
Assim como todos os dias deviam ser.
E na verdade podem ser e são.
Basta a remissão dos erros
Para que a liberdade entre,
E destrua toda prisão e medo.

Renascer é possível,
Pois a graça dEle nos traz vida e alívio.
Por isso, renasça!
Mergulhe nesse rio com toda intensidade.
Abra, então, o coração e se deleita na verdade.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Bom dia.

A poesia deu bom dia
E a flor proclamou o amor.
O dia é cinza, mas é cheio de cor.

O amor procura corações abertos,
Bate nas portas, mas todos estão muito dispersos.
A dispersão toma conta dos nossos dias,
roubando o tempo que antes nos trazia alegria.

Escrevo um poema pra imaginar alguém,
pra voar e ir além.
Escrevo também por necessidade,
por falta do que fazer e por vontade.

Ligo o computador, já é hora de trabalhar.
O dia é cinza, mas há cores para talhar.
Vou talhar então, o amor na cor âmbar.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Matinal

Acelerar o café
Não esmorecer a fé
Correr ao banco;
Essa é a rotina de um frenético paulistano.

Uso a lapiseira para registrar alguns momentos,
E comento.
Comento sobre o céu, sobre o papel, sobre o pincel
E também sobre o carrossel de um sonho encantado.

Dou mais um gole!
O café já está frio
Mastigo meio bolo e sorrio.

Sorrio sem perceber
Assumo os riscos,
Os rabiscos e a vontade de viver.

Convivo com meus poemas,
como já dizia o bom poeta,
Depois expulso-os para fora;
Para que eles vivam também suas próprias histórias.
E o meu peito, aqui, sempre os guardará na vã memória.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Ano novo

Mais um ano começa
E o seu amor se renova
Pela humanidade.

Tão paciente, olha por nós, sem vaidade.
Grandes são as tuas misericórdias
E maravilhosa é a sua fidelidade.

Ama o perdido. Levanta o caído.
Restaura o destruído.
Enche àquele que está vazio.
Resgata quem está a beira do precipício.

Mais um ano começa
E eu quero poder ser uma peça
Do seu lindo e gigantesco coração.

Que o seu coração seja o meu coração.
Quero ser alguém cheia da graça e da compaixão.

Perdoar, com o seu perdão.
Amar, com a sua emoção.
Andar, com a sua direção.
Viver em plena comunhão.
Saber, sem orgulho ou razão.
Olhar com a sua bondade e compaixão.