quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Curumim

Fim de tarde,
A saudade me invade
Me reparte.
A saudade faz parte
Das minhas duas metades;
Sendo que, uma chora e a outra ri.
E a brincadeira de existir se torna assim,
Um bambolê de curumim.
Curumim, era assim que eu queria ser,
Que eu queria crescer.
Crescer sempre sendo curumim.
Se bem que é legal ser assim também,
Mas sempre tem algum “porém”,
Que nem eu mesmo sei
O que fazer com esses “aquéns”.
Portanto, vou me permitir! Vou fluir!
Vou voar! Vou cantar!
Vou aproveitar este fim de tarde
Com a mesma vontade
Que um curumim brincaria de canoagem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Overdose

Overdose de palavras
Overdose de emoção
Overdose de razão!
Overdose de coração, meu irmão!

Invasão

As memórias não param!
As memórias me invadem e retiram tudo de mim!
Elas dilaceram o meu drama, na cama.
Chorando apenas sozinha
Com uma dor imensa na panturrilha.

A panturrilha ardendo,
De tanto correr por dentro.
Dentro de mim, dentro de ti,
Dentro do vazio que há sem você aqui.

Aqui e agora, e sem demora eu te quero!
Não queria mais te querer
Queria simplesmente esquecer.

Esquecer pelo menos durante um minuto tudo!
“Tudo”! Essa é uma palavra que bem explica
Tudo que você foi, ou ainda é para mim,
Mas isto eu ainda estou por decidir.

Haikai

Haikai que cai!

Que quer ser simples e objetivo

Me dê, então, um breve sorriso

Antes de você ir embora

Sem antes eu poder entender

O seu nobre sentido.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Luta

Vejo os lençóis estirados. Pendurados naqueles varáis.
O vento está cortante, e em breves instantes ele entra em fúria,
e com toda bravura decide derrubar os lençóis.
Os lençóis, apavorados, se agarram com todas as suas forças naqueles barbantes. Naqueles arames em que estão pendurados.
Revoltados, os lençóis dão um brado. Dão um brado retumbante. Dão um brado gritante!
Impactante, eles conseguem se segurar nos barbantes.
Eles se unem. Unem suas forças. Unem suas idéias. Unem seus sentimentos.
Unem-se por inteiro! E inteiramente se dedicam nessa difícil empreitada.
Nessa difícil estrada.
Enquanto os lençóis estão unidos. O vento está munido de raiva.
Munido de inveja pela união dos lençóis, e decide, assim então,
fazer um grande furacão. Um furacão imenso, um furacão intenso.
Um furacão tão tenso que está fazendo nesse instante todos os barbantes caírem!
Os barbantes, que são os próprios varáis, estão caindo, estão chorando..
Estão suando, estão pingando.. O suor é tanto que chega a ser visível nos lençóis..
As gotas de suor caem no chão. Caem aqui, em minhas mãos. E eu choro e torço pela vitória de ambos. Torço para que o vento corte o meu rosto, e torço para que os lençóis aceitem enxugar as minhas lágrimas.
As minhas lágrimas correm pelas minhas mãos. E com grande emoção eu olho para o vento, e ele atravessa minha face. E nesse enlace eu me deito no chão. Seguro a terra firme.
E firmemente o vento decide ir embora, decide dormir agora.
E nessa hora, os lençóis começam a cair um por um sobre mim.
E assim eu sorrio para eles, pois eles se renderam por mim. E escolheram enxugar as minhas lágrimas e me aquecer nessa noite fria. E eu muito contente por suas companhias, os deixo apenas descansarem da luta. Da bravura e angústia que passaram. Que cansaram. E que agora só querem descansar, sobre os doces sonhos dessa criança.

O grande encontro

Nos amamos. Nos amamos louca e intensamente, como nunca antes havíamos nos amado. Nos amamos como dois animais humanos, em busca do prazer da carne e do desconhecido. Em busca do conhecimento de nossos olhos; que brilhavam; que gritavam; que choravam de saudade, de vontade de um pelo outro. Seus olhos eram um enigma pra mim. Seus olhos escondiam todo sentimento e todo conhecimento que eu podia ter de ti. Eu só sei que eles brilhavam. Brilhavam como duas esferas profundas de brilho e de luz, que invadiam o meu peito. Seu peito, ao toque do meu, me fazia estremecer, e me surpreender com o amor que havia ali. Com o fulgor que havia entre nós. Com o calor que fazia naquela noite. Eu não sabia de nada. Eu só sentia. Não queria pensar em nada além daquele momento, pois qualquer pensamento em falso poderia colocar tudo a perder. A perder, a morrer, a sofrer, a chover. Eram essas as sensações que me assombravam naquela noite, por isso procurava não pensar, procurava não falar. Procurava somente te observar e me deleitar em seu corpo. Me deleitar no conforto dos teus braços, dos teus abraços; dos nossos amassos, vulgarmente falando. Vulgar?! Não conheço muito bem o que é isso. Só conheço o calor do amor. Só conheço o desejo de te querer, de te ter de novo. Mas não o terei. Não ou talvez. Talvez eu não saiba de nada, assim como na maioria das vezes eu não sei mesmo. “Só sei que nada sei”, assim disse o filósofo do amor. E é das suas palavras que eu bebo agora, que eu desfaleço nessa hora. Mas não quero pensar, se não eu vou chorar; só quero sentir. Sentir a lembrança do nosso encontro, pois o seu gosto ainda está em mim, ainda está aqui... Avassalador! Encantador, sedutor! Esse é o seu poder sobre mim. Esse é o seu poder assim... E assim... Me despeço de você com este, e com aquele, triste fim.

Divagando devagar.

Divagar não é preciso!
É preciso ir devagar.
Com mansidão se acalma o mar
Com emoção se faz velejar
Com a luz, que vem de suas mãos, eu posso voar!

Rimar apenas com verbos,
Não é rimar!
É “trollar” a própria poesia;
Que tão cheia e rica
Enche por inteiro a minha vida.

Quero construir poemas
Com bases sólidas
E voz sofrida.
Com a alegria de cicatrizar feridas
E com sorriso de uma doce menina.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carnaval

Enquanto todos estão pulando carnaval, eu fico aqui observando o carnaval de suas penas. Suas penas tão coloridas e vivas enchem o meu ser de encanto. O encanto é tanto, que meus olhos pulam na avenida do meu lar. O lar aqui começa a exalar o doce perfume da sua pele rósea. Rósea, rosada e esbranquiçada. Essa é a pele daquele linda ave. Daquela ave dócil! Aquela ave tem um negócio que mexe comigo; que desperta todos os meus sentidos. Os meus sentidos, maravilhados por suas cores, buscam também outros amores. Buscam a música, o café e a colher para eu poder começar a comer. Ah, comer é bom demais! Pena que engorda pra chuchu. Por falar em chuchu, a minha Xuxú não gosta que eu coma tanto assim. Ela diz que faz mal para os rins, e que me deixa gorda assim. Mas, menina desobediente que sou, como demais da conta! Aliás, a conta do restaurante saiu cara na sexta-feira, mas não tem problema, pois as companhias valeram cada centavo. Centavo?! Companhias não valem centavo algum, pois centavo algum vale o valor de uma amizade. Amizade?! Ela sim é minha amiga! Ela cura as minhas feridas e me enche de amor e alegria. Por isso eu rego as minhas, pois elas são como flores; são os meus amores, que precisam de amor todos os dias, e que merecem o jardim mais lindo da minha avenida.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Desabafo!

Começo a escrever muitas histórias
Muitos sonetos de separação
Em vão.

Começo a repetir as palavras,
Como se me faltasse vocabulário
Como se todo o meu dicionário tivesse minguado.
Tivesse se esvaído na direção do tempo.
Na realidade, creio que ele se foi mesmo,
Assim como os teus braços que me afagavam se foram.

Bom, já me cansei desse poema choroso
E das minhas palavras repetidas,
Que não dizem nada além
Das mesmas verdades sofridas.

Então, adeus povo meu!
Povo composto por carbono e celulose
Povo que sempre me acolhe
E me recolhe do monstro que sou eu.