Eu vi um coração e fiquei sem ação.
Emudeci e até sorri,
como há tempos não sorria, sentia.
Sorriso frouxo, sem jeito...
Sorriso que tem vida própria
e que guarda em si toda vã memória.
As folhas balançam, caem.. se esvaem.
A Natureza dança e eu me perco nessa trança.
Nesse cabelo bonito. Cacheado, bagunçado.
A Natureza balança. Balança tudo. Balança o mundo.
Me balança. Me lança, me alcança e não desiste
de me mostrar quanta beleza ainda há.
Quanta vida pode haver, mesmo com choro,
mesmo com apavoro...
A Esperança é verde e verdeja nas florestas.
Nas frestas, nas ruas.. escuras.
A Esperança habita meu coração e me mostra essas folhas..
Verdes, vermelhas e que balançam...
E que caem..
E tudo se move..
Tudo me envolve.
Tudo é balanço, é encanto.
É coração na folha, é coração no chão.
É a emoção percorrendo todos os cantos,
dando sentido, poesia e razão.