As chibatas
As bofetadas.
A palavra gritava,
mas não era escutada.
Eles sofreram, eles moeram.
Moeram café e ainda assim não perderam a fé.
Nos troncos pediam misericórdia
Mas sem conversa o carrasco não ouvia o clamor, da dor.
Muitas lágrimas rolaram, muitas vidas sangraram..
Os versos mal conseguem expressar tamanho sofrimento
Vindo do engenho.
O coração palpita forte, imaginando a vida sofrida daquela
gente bonita.
Tantas famílias separadas, tantas negras abusadas..
Tantos homens maltratados, tantas vidas aos farrapos.
Ah, povo negro, eu uno meu coração e a minha dor agora..
ao seu labor e dura história.
Peço perdão por minha cor ter causado tanta discórdia.
Perdão pelo ódio e exploração que estão marcados em sua memória.
Essa noite eu ofereço meus versos, lágrimas e orações fervorosas a vocês.
Como Castro e Machado, espero também deixar meu simples, mas sincero legado
de luta através da arte da poesia. E nessa noite quente, porém fria eu me despeço.
Abraços sinceros e apertados.